terça-feira, 22 de dezembro de 2009

De que lado você samba?

Ás vezes gosto do que escrevo. Muitas vezes não.
Ás vezes ao olhar no espelho me acho bonita. Em tantas outras vejo um rosto absolutamente comum.
Mas normalmente eu sou feliz com essa idéia que tenho sobre o que e quem eu sou.
Lembrando a minha citação mais comum dos últimos tempos, Ortega fala que o sujeito não é uma constituição em si, e sim um emaranhado de impulsos que tomam forma apenas em sociedade.
Acho que é isso. No final das contas ando feliz com as formas que meu sujeito tem tomado...
Não que seja qualquer coisa de extraordinário, mas sinto sim algum tipo de orgulho ao constatar meu caráter e meus valores nessa sociedade que, como dizem nossas avós, anda de cabeça para baixo.
Ás vezes eu também acho que sou apenas isso. Em outras perco a cabeça e posso até arremessar cadeiras.
Não sou ciumenta, mas vai que um amor louco vira a minha cabeça... Nunca se sabe...
Lendo um texto de um amigo sobre si tive vontade de pensar sobre mim...
Achei interessante.
Fica o convite à reflexão.

domingo, 30 de agosto de 2009

Inédito flerte com a poesia...

Não quero você para que juntos sejamos um.
Nem tanto me amo para buscar uma cópia
E narcisismo seria querer ver a mim em outrem.

Quero que a soma da minha unidade à sua unidade dê dois.
O capitalismo ensina que busquemos a mais-valia
E inútil perda essa seria
se em nossa soma uma unidade se apagasse.

domingo, 23 de agosto de 2009

Finalmente a retomada

Hoje vi que há nove meses não escrevo... Cabalístico não? Tempo do fim de uma gestação e do início da vida. Até me animei a voltar.
Os processos de retomada são por vezes bastante complicados. Se topamos ficar tanto tempo sem fazer alguma coisa ou desempenhar alguma função, aonde acionar essa alavanca que nos impulsiona a voltar?
Os processos de retomada colocam em cheque diretamente a nossa vaidade. Será que ainda consigo fazer bem? O que pensarão os outros se eu já não for lá essas coisas? Será que não é mesmo melhor parar enquanto se está por cima? E nessa onda de pensamentos corremos o risco de sucumbir a uma vida pautada apenas pela lembrança...
Leio alguns textos antigos e já observo em mim certo grau de amadurcimento. Leio poéticos textos de amigos e, ao contrário, já morro de raiva por não ter esse dom do uso das rimas e figuras de linguagem... E olha que o meu negócio é a arte!
Finalmente mais de dez anos depois de descobrir essa vocação (diga-se aí vocação, afinal talento é coisa que fica para o julgamento alheio.) dedico o meu tempo integralmente a arte. Será que é tarde?... Não... Nunca é tarde... Afinal, para que se cobrar resultados se o que impulsiona o processo de retomada é exatamente o fazer, o processo?
Antes de vir hoje já não sabia mais o que escrever que não fosse só para mim, mas também minimamente interessante para um leitor desavisado. Não sei se esse foi o caso, só sei que não sofri e não doeu.
Medos então vencidos espero voltar agora com regularidade.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A Teoria da Relatividade

Tive hoje uma vontade repentina de escrever sobre quebra de conceitos… o quanto é difícil perceber e admitir que você pode estar errado em pensamentos e convicções que levou por longos anos. E também como é duro ver que atitudes que você tomou com tanta certeza em certas épocas podem mesmo não haver sido as melhores.

Colocações pessimistas a parte, acho que vim hoje mais falar do quanto se cresce quando mudamos de opinião do que de qualquer oportunidade que possamos haver perdido na vida por termos sido cabeça dura.

Vivo hoje com um francês que é quase o oposto do que sempre fui, e tem me ensinado bastante.

Aqui já bradei tudo o que acho do sofrimento, e o quanto sempre acreditei que nao era um sentimento que se deveria cultivar… Nao que eu tenha mudado completamente de opinião. Eu já seria outra pessoa se acontecesse… Acho apenas que sou mais madura para rever algunas questões.

Ouvi desse grande amigo, e hoje já posso relativizar se concordo com esse ponto de vista, que mais cheio de sentido nos sentimos quando temos alguém para pensar sozinhos em nossas camas, que quando estamos a cada dia com pessoas diferente. E isso nao necesariamente tem a ver com a correspondência de sentimentos…

Sempre tive a minha família e muitos amigos ao redor suprindo minhas carências. Disso possivelmente veio a minha dureza com o sofrimento alheio. Percebo porém que tudo nao é tao pão, pão, queijo, queijo quanto pensava, e até já me peguei criando pessoas e situações em que pensar por aquí… Sim.. estado absolutamente preocupante para a rainha da segurança…

Hoje porém já vejo o quanto é difícil estar fragilizado e perceber que nao somos tao fortes quanto imaginávamos. Mas acho também que isso nos traz verdadeiramente mais força. A força da segurança em se criar sim muitos conceitos e idéias, mas saber se permitir a liberdade de mudar de opinião a medida em que o tempo nos ensina que as coisas nao são bem o que parecem.
Tive hoje uma vontade repentina de escrever sobre quebra de conceitos… o quanto é difícil perceber e admitir que você pode estar errado em pensamentos e convicções que levou por longos anos. E também como é duro ver que atitudes que você tomou com tanta certeza em certas épocas podem mesmo não haver sido as melhores.

Colocações pessimistas a parte, acho que vim hoje mais falar do quanto se cresce quando mudamos de opinião do que de qualquer oportunidade que possamos haver perdido na vida por termos sido cabeça dura.

Vivo hoje com um francês que é quase o oposto do que sempre fui, e tem me ensinado bastante.

Aqui já bradei tudo o que acho do sofrimento, e o quanto sempre acreditei que nao era um sentimento que se deveria cultivar… Nao que eu tenha mudado completamente de opinião. Eu já seria outra pessoa se acontecesse… Acho apenas que sou mais madura para rever algunas questões.

Ouvi desse grande amigo, e hoje já posso relativizar se concordo com esse ponto de vista, que mais cheio de sentido nos sentimos quando temos alguém para pensar sozinhos em nossas camas, que quando estamos a cada dia com pessoas diferente. E isso nao necesariamente tem a ver com a correspondência de sentimentos…

Sempre tive a minha família e muitos amigos ao redor suprindo minhas carências. Disso posivelmente veio a minha dureza com o sofrimento alheio. Percebo porém que tudo nao é tao pão, pão, queijo, queijo quanto pensava, e até já me peguei criando pessoas e situações em que pensar por aquí… Sim.. estado absolutamente preocupante para a rainha da segurança…

Hoje porém já vejo o quanto é difícil estar fragilizado e perceber que nao somos tao fortes quanto imaginávamos. Mas acho também que isso nos traz verdadeiramente mais força. A força da segurança em se criar sim muitos conceitos e idéias, mas saber se permitir a liberdade de mudar de opinião a medida em que o tempo nos ensina que as coisas nao são bem o que parecem.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ainda pela Europa

Infelizmente ando escrevendo menos do que gostaria... Coisas de morar em um lugar estranho e sem a comodidade da internet em casa dada por papai e mamae.... Problemas a parte, hoje faço um balanço muito positivo de minha estada em terras geladas.

Descobri, por exemplo, que lugares como Letônia, Estônia e Lituânia existem de fato e tem pelo menos uns tres habitantes cada...
Também já quase sei reconhecer a fisionomis de um frances, um italiano, um espanhol... Espanhol entao é fácil... Têm todos a mesma cara e uns 80% se chamam Javi...

Descobri também que brasileiro sabe fazer festa em qualquer lugar, e já ando com medo do estado do meu português quando voltar...
Também já sei que família faz uma falta danada, mas acho que ando aprendendo muito enfrentando sozinha os problemas daqui.

Hoje já sei cozinhar macarrao e arroz, mas continuo indo ao menos uma vez por semana no Burguer King.

Fiz uma festa de aniversário para quase setenta pessoas.. Eis o mais perto que cheguei de ser deportada, porque é lógico que a polícia chegou para acabar com tudo.

Em breve vou a Paris conhecer a neve, e também à Alemanha e Holanda...

Em resumo, vou conhecendo o mundo e me conhecendo. Em minhas fragilidades e fortalezas, debilidades e acertos... Vivendo uma vida paralela e construindo as diferenças que terei ao voltar para a casa.

hasta luego...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Novidades espanholas

Finalmente depois de um longo tempo volto a escrever aquí…. Como 99% das poucas pessoas que devem ler os meus textos já sabem, estou passando uma temporada longe de casa, longe do Brasil e longe de tudo que conhecia até entao.

É possível que esse texto, além de chato, saia com milhoes de erros de portugués.. esses teclados espanhóis sao horríveis.. mas enfim…

Nesse quase um mês que estou fora fiz de tudo. Amigos, inimizades (sim.. e olha que sempre me achei ótima no trato com as pessoas.. hehehe), grandes bebedeiras, algumas aulas… tudo bem ao estilo Albergue Español, para quem já viu o filme.

As vezes tudo se parece aquí como uma temporada de malhaçao. Tem início e fim, pontos de encontro certos, e todas as fofocas, amores, locuras e afins giram em torno daquelas mesmas trinta ou quarenta pessoas, parecendo que o mundo se resume a elas…

É impresionante como a carência se potencializa quando você está longe do que te é familiar… Tenho amigos de três semanas que já parecem pessoas da familia. Me acordam com mensagens queridas, oferecem jantares em seus apartamentos… As relaçoes acabam sendo mais intensas e sem reservas quando todos juntos nao tem ninguém com quem contar…

Por sinal essa é uma outra questao… Franceses, italianos, mexicanos, alemaes conheço aos montes, mas espanhóis que é bom.. quase nenhum! Sao pessoas que estao em suas casas.. entao nao saem loucos como nós quase pedindo “olá! Quer ser meu amigo??” hahahahahh

Em resumo, sou hoje uma pessoa feliz e ja posso ver que mudarei muito por aquí… Começo a comer alguma coisa de saladas (coisa impensável há um mês…), já saio por ai de calça com o gancho no joelho, abuso dos lenços no meu figurino e já estou inclusive descombinando as cores, bem ao estilo espanhol de ser...

As saudades sao muitas, mas sei que logo sentirei saudades de tudo aquí também… E hoje já penso no quanto serei diferente ao voltar depois de tudo isso…

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Lições do oriente

Ontem ouvi de uma amiga muito querida uma colocação engraçada. “Não tenho vontade alguma de conhecer qualquer país do oriente. Acho que só vou tê-la quando quiser me tornar uma planta. Alguém que vive em meditação, apenas recebendo as graças concedidas sem esforço pelo mundo, e não vive com paixão, para mim é uma planta.”

Minha família sempre foi adepta da meditação e de mil outras técnicas/ terapias esotéricas sobrenaturais que já existem ou ainda serão inventadas. Sempre aprendi que se você não sabe mais como resolver um problema deve entregar para Deus que ele sabe o que faz.
Fico na dúvida se essa premissa é real ou apenas uma comodidade para que não soframos se algo não está em nosso campo de ação.

De qualquer jeito acredito tanto no livre arbítrio quanto em uma pré-disposição para as coisas acontecerem de certa forma, para determinadas pessoas cruzarem nossos caminhos, para estarmos no lugar certo na hora certa ou ainda no lugar errado na hora errada....
Não acredito em fatalidades. Se acreditasse nelas e ainda na proposição de que só acontece na sua vida aquilo que você busca incessantemente, morreria de gastrite nervosa.

O que mais levo da filosofia oriental para a minha vida é a máxima de que nossos esforços sempre devem estar voltados para nos tornar pessoas melhores. Você pode buscar com gana uma promoção no seu trabalho, mas se o não conseguir se tornar motivo de frustração ou o conseguir, motivo de soberba ela já não será útil.

O mundo precisa de profissionais que trabalhem com afinco, mas mais por desejarem contribuir para algo maior do apenas por uma mesquinha realização pessoal.
Para a velhice não levamos nossa beleza, nossa destreza ou ainda nossas capacidades como executivos de grandes corporações. Levaremos as relações humanas que construímos ao longo da vida e as lições que aprendemos e desejamos passar para os mais novos.

Entrar em estado de meditação acho que é mais deslocar o pensamento do seu umbigo para o mundo. Entender que esse pensamento amplo pode não trazer o título de empresário do ano da Forbes, mas certamente dará um enorme orgulho da pessoa que você se tornou quando pousar a cabeça no travesseiro.